terça-feira, 26 de julho de 2016

CPI da Copasa notifica direção da empresa sobre andamento das investigações

Vereadores informaram direção da Companhia sobre andamento das investigações e pediram celeridade no envio de informações já solicitadas à empresa

Integrantes da CPI reunidos com a diretora da Copasa em Belo Horizonte


Os vereadores que integram a CPI da Copasa estiveram na direção da regional sul da empresa, em Belo Horizonte, na tarde desta segunda-feira (25). Os parlamentares notificaram a Companhia de Saneamento quanto ao andamento das investigações. Informaram que a conclusão dos trabalhos se dará em 24 de agosto e que as informações solicitadas à sua gerência regional ainda não foram encaminhadas aos parlamentares.

Os vereadores Braz Andrade (PPS) Rafael Huhn (Rede) e Wilson Tadeu Lopes (PV) foram recebidos pela diretora de operação da Regional Sul da Companhia, Elke Oliveira Houghton. Conforme orientação da procuradoria da Câmara, eles entregaram a ela um ofício, informando sobre o andamento das investigações da comissão.

No ofício, é informado que a gerência regional da empresa, em Pouso Alegre pediu um prazo adicional de 30 dias para responder às questões colocadas pelos vereadores, o que pode comprometer a conclusão dos trabalhos da comissão. Entre os questionamentos enviados à Copasa, os parlamentares querem saber a extensão da cobertura da coleta e tratamento do esgoto no município.

Durante o encontro, os vereadores deixaram claro que a Copasa pode enviar representantes para acompanhar os trabalhos da Comissão, inclusive para consultar os documentos já produzidos no curso das investigações. Com o avanço da CPI, uma das preocupações dos vereadores é garantir o cumprimento rigoroso dos procedimentos legais, dando o devido espaço ao contraditório para não dar margem a questionamentos em torno das medidas que poderão vir a ser adotadas pela comissão.

Esgoto vira foco da CPI
Na reta final das investigações que apuram supostas irregularidades cometidas pela Copasa no município, os vereadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito focam seus esforços em identificar a real cobertura do serviço de tratamento de esgoto realizado pela companhia de saneamento.

Em suas investidas, os vereadores foram a campo. Visitaram e registraram diversos pontos da cidade onde o esgoto é lançado a céu aberto. Suspeita-se que a empresa estaria cobrando taxa de esgoto mesmo nas localidades onde o resíduo não é coletado nem tratado. Os parlamentares ainda juntaram toda a documentação relativa ao contrato de concessão com a Copasa e foram à Arsae, a agência reguladora responsável por fiscalizar a Copasa, buscar mais informações.

Análises químicas do esgoto lançado pela companhia devem se juntar ao material produzido pela CPI. O relatório final, previsto para ser concluído no dia 24 de agosto, seguirá para votação no Plenário da Câmara. A investigação parlamentar é composta por Braz Andrade (presidente), Rafael Huhn (relator), Ayrton Zorzi, Flávio Alexandre e Wilson Tadeu Lopes.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Aprovado projeto de lei que define número de professores nas escolas municipais

O projeto ainda retorna para segunda votação na Câmara. Proposta, que é defendida pela comunidade escolar, vai substituir a legislação atual, de 1995. Novas regras estabelecem número máximo de alunos por sala, critérios para nomeação de servidores e remuneração de diretores e vice-diretores


Vereadores aprovam proposta por unanimidade


Os vereadores aprovaram por unanimidade, na noite desta terça (20) o projeto de lei (790/2016) que organiza o quadro de servidores da Secretaria Municipal de Educação. A proposta prevê o número de profissionais que devem atuar em cada unidade escolar com base no número de turmas, modalidade de ensino e atividades desempenhadas nas escolas, além de estabelecer critérios para remuneração de diretores e vices e fixar normas para contratação de novos servidores. A quantidade de alunos por sala de aula também é fixada na proposta. A matéria ainda retorna ao Plenário para votação final.

Na última semana, um grupo de educadores visitaram a Câmara em busca de apoio para a proposta. Foram recebidos pelo presidente da Casa, o vereador Maurício Tutty (PROS), pelo presidente da Comissão de Educação, o vereador Rafael Huhn (Rede), e pela presidente da Comissão de Administração Pública, a vereadora Dulcineia Costa (PV). O trio se comprometeu a apoiar a proposta. Nesta terça, dezenas de educadores acompanharam a votação da proposta. Na plateia, estava, inclusive, a secretária de Educação, Cleidis Regina, que também endossou a matéria.

Principais pontos do projeto de lei
O projeto de lei 790 de 2016 é de autoria do Executivo, mas contou com a colaboração de educadores e entidades ligadas à categoria. A matéria substituirá a lei que atualmente regulamenta a organização funcional do ensino no município. Ela é de 1995 e estaria defasada.

A proposta define o número médio de alunos por sala de aula conforme o nível de ensino. Na Pré-escola, o número deve ser de 20 alunos; 25 do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental; 30 do 4º ao 5º ano; 35 nos anos finais do Ensino Fundamental;

Fica regulamentado ainda os critérios para nomeação de diretores e vice-diretores, bem como suas remunerações. De acordo com a proposta, a remuneração dos diretores estará dividida em quatro faixas salariais, entre R$ 4,2 mil e R$ 5,7 mil, de acordo com o número de alunos das unidades escolares, classificadas respectivamente em unidades de até 500 alunos; de 501 a 1.000 alunos; de 1.001 a 2.000 alunos; e acima de 2.001 alunos. A remuneração dos vice-diretores segue o mesmo critério, variando de R$ 2,3 mil a R$ 2,7 mil.

Cada unidade escolar do ensino regular terá um diretor. Já o número de vice-diretores também varia de acordo com o número de alunos, mas, neste caso, considera-se também o número de turnos para as escolas que têm acima de 300 estudantes. Em geral, será um vice-diretor para cada turno, com exceção das escolas com mais de 1,9 mil alunos, onde, no caso de haver três turnos, haverá um quarto vice-diretor.

A proposta fixa também o número mínimo de monitores de creches, que será de um 1 cada 8 alunos até 2 anos, e 1 a cada 15 alunos a partir de três anos.

O projeto de lei também define os quantitativos de supervisores pedagógicos, orientadores educacionais, auxiliares de secretaria, cozinheiros e auxiliares de serviços, sempre tendo como referência o número de estudantes atendidos.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Toma posse Conselho que conduzirá a criação da Fundação Tuany Toledo

Ao todo, 11 membros, entre representantes da comunidade, segmentos da Cultura, Educação, Comunicação e órgãos públicos terão como primeira missão a confecção do estatuto da entidade

Integrantes do Conselho Curador são empossados na Sala Bernardino de Campos, na Câmara de Vereadores

Tomaram posse na tarde desta segunda-feira (18), os 11 membros que vão compor o Conselho Curador da Fundação Tuany Toledo. A posse marca o primeiro passo para a criação da entidade. Caberá aos conselheiros elaborar o estatuto social, que estabelecerá as regras para o funcionamento da instituição.

Os membros do Conselho Curador estão divididos em dois grupos, com assentos natos e rotativos. Os membros natos terão presença no Conselho enquanto ocuparem os cargos públicos com representatividade no órgão. Já os membros rotativos, com representantes da comunidade e de servidores efetivos da Câmara, terão mandatos de quatro anos, renováveis por igual período. Este grupo possui representantes de segmentos ligados à Cultura, à Educação e à Comunicação Pública.

Para o presidente da Câmara, que presidirá o conselho até o fim de 2016, a criação da Fundação será o maior legado que atual legislatura deixará para Pouso Alegre. “Não tenho dúvidas de que no espaço de 10 a 15 anos, Pouso Alegre se tornará referência na preservação e promoção do patrimônio, no ensino cidadão e na comunicação pública”, considerou.

Sobre a Fundação Tuany Toledo
A Fundação Tuany Toledo teve sua criação autorizada por projeto de lei aprovado na Câmara de Vereadores em junho. A entidade vai assumir a administração do Museu Histórico Municipal Tuany Toledo, Escola do Legislativo, TV e Rádio Câmara. A ideia é conferir autonomia financeira e administrativa aos departamentos, a fim de promover a história, a cultura e a comunicação pública de qualidade a partir de uma gestão democrática, comandada por um conselho curador com representantes da sociedade civil organizada e do poder público.

Confira os nomes que passaram a integrar o Conselho Curador:

Membros natos:
Presidente da Câmara
Vereador Maurício Tutty

Chefe de gabinete da Prefeitura
Vagner Márcio de Souza

Primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara
Vereador Gilberto Barreiro

Secretário Municipal de Cultura
José Clévio

Membros rotativos:
Cadeira 1 - Educação
Adriano Barreiro

Cadeira 2 - Educação
Leila Silva Tourinho
Suplente: indicado do Conservatório Estadual de Música

Cadeira 3 - Comunicação
Professor Wellington de Oliveira
Suplente: Emanuela Barreto

Cadeira 4 - Cultura
Mariana Sayad
Suplente: indicado do Foto Clube

Cadeira 5 - representante do Sebrae
Tata Beraldo

Cadeira 6 - servidor da Câmara
André Albuquerque
Suplente: Geovan Ferraz

Cadeira 7 - servidor da Câmara
Nicholas Ferreira da Silva
Suplente: Tiago Reis da Silva

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Interlegis vai fornecer tecnologia legislativa para a Câmara

Servidores do Legislativo foram à instituição ligada Senado Federal conhecer tecnologias legislativas que podem ser utilizadas na Câmara de forma gratuita



A tecnologia da informação utilizada pela Câmara de Pouso Alegre para executar seus trabalhos deve passar por um upgrade. O incremento tecnológico virá do Interlegis, o programa de modernização dos legislativos coordenado pelo Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), órgão ligado ao Senado Federal.

Dois servidores da Câmara visitaram o Interlegis, na manhã desta quinta-feira (14), para conhecer as soluções tecnológicas feitas sob medida para câmaras e assembleias. O supervisor do Centro de Processamento de Dados (CPD), André Souza, e a gerente de Rede Legislativa, Karine Pagliarini, foram recebidos pelo coordenador em exercício de Planejamento e Fomento do Interlegis, Luiz Carlos Santana.

O supervisor do CPD explica que as soluções apresentadas pelo Interlegis vão ajudar a atualizar as ferramentas tecnológicas voltadas à melhoria do funcionamento da Câmara. As atualizações devem contemplar o portal do Legislativo na internet e seu sistema informatizado.

Karine Pagliarini ressaltou que a comunicação social da Câmara passa por um período de transição, em meio ao processo de implantação da rede legislativa e a criação de uma fundação que deve gerir o departamento. Segundo a servidora, ferramentas tecnológicas eficientes vão contribuir com o esforço do Legislativo local de comunicar com a população de forma cada vez mais dinâmica.

Os servidores deixaram o Interlegis com a missão de oficializar a implantação do Portal Modelo, Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL), hospedagem e domínio .leg, além da realização de oficinas específicas, para tornar a Câmara de Pouso Alegre um polo multiplicador de tecnologia legislativa no sul de Minas Gerais e centro-leste de São Paulo.

Câmara de Vereadores e Polícia Militar estudam parcerias

Presidente da Câmara e comandante do 20º Batalhão da PM estudam a possibilidade de a corporação ter uma unidade de apoio no prédio do Legislativo

Presidente da Câmara e comandante do 20º BPM reunidos na sala da Presidência

O presidente da Câmara, o vereador Maurício Tutty, e o comandante do 20º Batalhão, Tenente Coronel Eyder de Souza Lambert, se reuniram na última semana para discutir possíveis parcerias entre o Legislativo e a Polícia Militar. Uma das propostas em estudo é que a corporação tenha na Câmara uma base de atuação. Esta e outras sugestões de parcerias devem ser analisadas ao longo das próximas semanas pelas instituições.

Para o presidente da Câmara, a aproximação entre os órgãos é fundamental em um momento que a comunidade anseia pela sensação de segurança. “A manutenção da coesão social passa pelo trabalho da Câmara e da Polícia Militar. O Legislativo, de uma forma mais ampla, por meio da aprovação de leis e da mediação dos interesses dos diversos setores da sociedade. A Polícia Militar agindo diretamente na repressão de crimes e no policiamento ostensivo”, considera.

De acordo com Maurício Tutty, a construção de uma agenda conjunta com a Polícia Militar passa pela discussão das demandas apresentadas pela população aos vereadores. “Como vereadores, recebemos a todo o instante demandas vindas da população, uma delas é a segurança pública. Esse canal direto com a PM nos permite levar até a corporação a visão popular, como os cidadãos se sentem em relação à segurança”, explica.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Para representante de movimento, poder público não deve promover Cultura

Stela Saponara, presidente da Academia Pouso-alegrense de Letras, utilizou a tribuna da Câmara em nome do movimento cultural que questiona a criação da Fundação Tuany Toledo. Saponara afirmou que a cultura não depende e não deve ser promovida pelo poder público


Presidente da Academia Pouso-alegrense de Letras fala em nome de grupo ligado à Cultura

O presidente da Câmara, o vereador Maurício Tutty (PROS), abriu a palavra para o movimento cultural que questiona a criação da Fundação Tuany Toledo, durante a sessão ordinária desta terça-feira (13). Stela Saponara, que representou o movimento, utilizou a tribuna da Casa em nome da Academia Pouso-alegrense de Letras. Ao longo de 10 minutos, discorreu sobre os motivos que levam o grupo a ser contra a criação da entidade. Sua fala foi acompanhada e aplaudida por integrantes do movimento.

Stela iniciou seu discurso ressaltando a importância do diálogo. “Isto que eu estou fazendo aqui hoje chama-se contraditório. Isso só acontece em uma democracia (...). A gente questionar, criticar (...) Isso é saudável e democrático”, afirmou. Para Saponara, a proposta de lei que criou a Fundação deveria ter sido discutida com os grupos culturais antes de ser votada em plenário.

O presidente da Câmara, porém, considera que, como o projeto de lei apenas autorizou a criação da Fundação, o diálogo se daria no momento da constituição da entidade e de seu modelo de funcionamento, por meio da criação de seu Conselho Curador, que será integrado por representantes indicados pela comunidade, inclusive a cultural.

Stela defendeu que a criação da entidade é desnecessária. Em sua avaliação, a cultura independe do poder público e de sua promoção. “Não precisa de poder público, de ninguém comandando a cultura, promovendo a cultura. Por isso eu sou contra a Fundação”, defendeu.

Mas, apesar de se dizer contra a criação da Fundação, a representante do movimento citou fundações locais já constituídas que, em sua análise, prestariam relevantes serviços ao setor cultural. Citou a Univás, universidade mantida pela Fundação do Vale do Sapucaí (FUVS), a Faculdade de Direito, a Facapa e as ações realizadas pela Caixa Econômica Federal, também estas subsidiadas por uma fundação. Ao final da fala de Saponara, o presidente da Câmara frisou o que considerou uma contradição. “Três instituições que produzem, fazem, segundo as suas palavras, cultura em Pouso Alegre. As três são fundacionais”, observou.

Apesar de a Câmara afirmar que não haverá novos gastos com a criação da Fundação, Stela criticou o momento em que se dá a criação da entidade. “Fazer uma fundação que vai ser uma fortuna, em uma época que, na minha casa, vai todo dia gente pedir comida. Toda hora, porque o povo não tem comida”, criticou.

Ao final da fala de Stela Saponara, o presidente da Câmara ressaltou que o Legislativo continuará zelando pelo espírito democrático, reservando espaço ao contraditório. Ele lembrou que o uso da tribuna pela representante do movimento só poderia ser feito dali a quinze dias, respeitando a ordem dos pedidos de uso da tribuna feitos por outras entidades. Mas uma exceção no regimento interno da Casa foi aberta após consulta ao Plenário, que permitiu que Stela utilizasse a palavra naquele momento. “Nós só teríamos a oportunidade de ouvi-la daqui a duas sessões. Então foi com espírito democrático que assim o fizemos”, pontuou.

Sobre a Fundação Tuany Toledo
A Fundação Tuany Toledo teve sua criação autorizada por projeto de lei aprovado na Câmara em junho. A entidade vai assumir a administração do Museu Histórico Municipal Tuany Toledo, Escola do Legislativo, TV e Rádio Câmara. A ideia é conferir autonomia financeira e administrativa aos departamentos, a fim de promover a história, a cultura e a comunicação pública de qualidade a partir de uma gestão democrática, comandada por um conselho curador com representantes da sociedade civil organizada e do poder público. De acordo com a Câmara, a criação da entidade não implica na geração de novos gastos, nem novos cargos. A mudança se daria apenas no âmbito administrativo.

Participação democrática
Ao longo das últimas semanas, a Presidência da Câmara realizou uma série de reuniões com movimentos ligados à cultura, à educação e à comunicação. Apenas com os movimentos culturais foram quatro encontros para esclarecer dúvidas e colher contribuições para a constituição da fundação. Em reunião realizada na sexta-feira (08), o grupo que ainda questiona a entidade ficou de se posicionar nesta terça-feira (12) quanto à possibilidade de iniciar um diálogo com a Câmara, a fim de que as considerações que o grupo tem acerca da Fundação pudessem ser debatidas com o Legislativo. Mas o grupo não fez qualquer contato com a Presidência na data acordada.

Em razão das dúvidas apresentadas por parte da comunidade cultural, o presidente da Câmara havia suspendido as nomeações para o Conselho Curador da Fundação. Mas como o grupo não manifestou o desejo de prosseguir com o diálogo, as nomeações devem ser retomadas. Maurício Tutty, no entanto, informa que os canais de diálogo permanecem abertos, inclusive para o grupo que questiona a criação da entidade. Setores ligados à Comunicação, à Educação e, inclusive, à Cultura já estudam nomes para indicar ao Conselho.


Confira a íntegra do discurso de Stela Saponara:

Eu estava o dia todo hoje estudando para vir falar aqui, mas eu recebi um telefonema, de tardezinha, que eu não iria falar. Que eles tinham mudado meu dia para agosto, não sei quando. Então eu não trouxe nada do que eu escrevi para falar hoje. Mas tudo bem. Vou falar sem isso mesmo.

O negócio é o seguinte, isto que eu estou fazendo aqui hoje chama-se contraditório. Que que significa isso? Isso só acontece em uma democracia. Na ditadura não existe o contraditório. Mas na democracia existe o contraditório. O que que significa? A gente questionar, criticar. Isso é saudável e democrático, porque a democracia, esta Casa aqui, tem que exalar democracia. Não sei se isso acontece aqui. Deveria acontecer. Por quê? Por que democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo. Então, não tem sentido fazer alguma coisa aqui dentro desta Casa, uma coisa séria, importante, que vai mexer com toda a estrutura cultural da cidade, que está indo muito bem, obrigado. E ela acontece e eu vou provar aqui hoje, que não tinha nenhuma necessidade dessa fundação. 

Eu estou na cultura há 50 anos. Eu e muitas pessoas aqui. Então o que que acontece? E isso tem que acontecer. Em Belo Horizonte, eu ouvi no rádio hoje, eles estão fazendo um movimento cultural para a cultura de Minas Gerais com o povo, com a opinião dos agentes culturais de Belo Horizonte, todo mundo envolvido. Aqui, não, que não acontece isso.

E nós estamos fazendo cultura aqui há anos. Muito bem e a história se repete, sabe porquê? Por que em (19)72, o Banco do Brasil vinha para Pouso Alegre e não tinha onde ficar.  Dois vereadores resolveram fazer um projeto de lei para vender o prédio do Teatro Municipal para o Banco do Brasil. Está no meu livro. Agora eu sou historiadora também. 

Fiz uma pesquisa durante quatro anos do que que aconteceu dentro daquele Teatro Municipal. O que não está no meu livro é por que não existe mais, perdeu-se. Dois vereadores: 'Ah, não tem onde por o Banco do Brasil. Vamos vender o teatro!'. A Câmara votou unanimemente. Todos votaram para vender o Teatro Municipal, um prédio neoclássico do século XIX. Um patrimônio cultural da cidade. E surgiu na Câmara para vender o teatro. O prefeito da época sancionou. Aquela beleza! Tudo pronto. Combinado o preço que seria. O que que iria fazer com o dinheiro? Metade para construir o CNEC, que vinha para Pouso Alegre, e metade para construir outro teatro. Vê se pode. Se tem cabimento! Isso acontece em Pouso Alegre e vem acontecendo há anos.

Agora, muita coisa deixou de acontecer, porque a comunidade grita. A comunidade reclama e vai em cima. Então o que que aconteceu? Os artistas da época, a sociedade da época foi para a Câmara, que era lá no Fórum antigo. A revolta foi tamanha. Quem era o presidente da Câmara era o Simão Pedro Toledo. O que que aconteceu? Acabou a lei minha filha! Desistiram imediatamente. A história está repetindo. Não pode isso acontecer. 

Eu falo o seguinte, Pouso Alegre. Veja bem por que eu sou contra essa Fundação. Pouso Alegre acabou tudo, nós não temos mais nada. Qualidade de vida... não restou nada. As únicas duas coisas que restaram em Pouso Alegre foi o quê? A cultura e a história. Por quê? Por que a cultura não depende de poder público. A cultura quem faz a cultura é o povo. O agente cultural é o povo. O povo é o agente e o objeto da cultura. Por que ele faz a cultura e ele recebe as consequências da cultura. Por isso ninguém mexeu na cultura. 

Cultura em Pouso Alegre vai muito bem, obrigada. Eu vou citar para vocês aqui todo mundo que faz cultura em Pouso Alegre. Eu tinha na minha lista, eu não trouxe hoje, mas eu vou lembrar:

A Univás. Quantos anos tem o curso de história e cultura dentro daquela universidade? A Facapa. Está tendo um curso aí agora de História, Religião e Artes. O que que é Cultura? Cultura é o conjunto. São todas as manifestações humanas. É a Cultura. Isso é Cultura. O povo manifesta. Não precisa de prefeito, não precisa de Câmara. É a manifestação popular. Isso é Cultura. E está acontecendo aí em muitos lugares em Pouso Alegre. 

O Conservatório está fazendo Cultura há quantos anos? Desde de a década de 50. O Clube Literário já foi uma fonte de Cultura. Em Pouso Alegre. As associações de artesãos. Por que Cultura é tudo. É religião, é artesanato, é história, é o que que a gente veste, o que que a gente come. Como que a gente reage em relação ao idoso, à criança, ao divino. Tudo é Cultura. Isso é Cultura, ninguém promove Cultura não. 

A Cultura ela flui do povo, da manifestação. Nós no Sul de Minas, nós não somos muito ricos no folclore, nós não temos o folclore muito rico, mas a Cultura está aí, em todos os lugares. Sabe onde se faz Cultura em Pouso Alegre? No mosteiro do Padre Mário. Lá tem uma biblioteca. As crianças têm Cultura lá dentro. 

Onde mais que tem Cultura em Pouso Alegre? No Museu. O Museu é uma fonte de história e Cultura. Eu ligo a TV Libertas, eu falo meu Deus do céu, quanta história. Outro dia eu vi o Mayke falando sobre a história do Rio Mandu. 

Que beleza que a TV Câmara é um sucesso com o menino, com o Marquinhos Amâncio. Ele está pondo som na catedral agora. Vem muita gente de outro lugar, mas o Marquinho é que vai resolver. 

A Facapa, a Univás, até a Faculdade de Direito produz Cultura, em parceria com o Conservatório. A Caixa Econômica Federal faz Cultura. A Polícia Militar faz Cultura em Pouso Alegre, (com) uma banda lindíssima, que vai para todo o lugar. As associações de bairro. Eu tenho uns vizinhos lá, uns menininhos que fazem Cultura. Eles juntam todo os sábados para tocar, para cantar. 

Os Hip-Hop estão aí em tudo que é lugar. Não precisa de poder público, de ninguém comandando a Cultura, promovendo Cultura. E por isso que eu sou contra essa fundação. Quando eu li aquilo, eu falei: “Gente eu acho que eu peguei o papel errado. Isso daqui é de outra cidade, não é de Pouso Alegre”. Por que Pouso Alegre a única coisa que restou foi isso. A única coisa que acontece é isso. Agora, fazer uma fundação que vai ser uma fortuna, em uma época que, na minha casa vai todo dia gente pedir comida. Toda hora, porque o povo não tem comida.

Não sobrou nada. Nós não temos uma praça. Tudo envergonha. Minha sobrinha outro dia veio de São Paulo: “Tia, o que que está acontecendo com Pouso Alegre? Pouso Alegre está fedendo”. Ela falou isso para mim. 'Tá fedendo Pouso Alegre'. A história... Quantos historiadores... O Didu faz história em Pouso Alegre há quanto tempo? Quanta história em Pouso Alegre. Historiadores! Estou contando a história de Pouso Alegre! Fazer uma fundação para contar a história de Pouso Alegre. Me poupe! Me poupe!

Então é isso aí. Isso é o que eu penso. Eu assumo o que eu penso, porque é o que eu vivo. Não adianta virar secretário de Cultura, virar isso e aquilo, porque não vive na área, não conhece a realidade da nossa cidade. Então o que é que tinha que perguntar? Chamar a comunidade cultural de Pouso Alegre. O que é que vocês acham? Nós estamos querendo fazer. Pedir pelo menos uma opinião. E nós vamos lutar até o fim, até o fim! Para que ela não aconteça.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Em seu retorno, Lira Pouso-alegrense terá o nome do maestro Adhemar Campos

A orquestra fundada em 1955 pode voltar à ativa por meio da Fundação Tuany Toledo. Projeto de lei que tramita na Câmara permite ao órgão reativar os trabalhos do grupo musical


Familiares de Adhemar Campos são recebidos na Presidência da Câmara


O presidente da Câmara, Maurício Tutty (PROS), e a vereadora Lilian Siqueira (PSDB), se reuniram com  familiares do músico Adhemar Campos. O grupo pede que a Lira Pouso-alegrense ganhe o nome daquele que foi seu maestro durante longo período. Autores de um projeto de lei que pode viabilizar o retorno da orquestra, os vereadores acataram o pedido. O encontro ocorreu na tarde desta segnda-feira (11), na sala da Presidência.

A proposta dos parlamentares autoriza a Fundação Tuany Toledo a reativar os trabalhos do grupo musical. A matéria estará na pauta de votações desta terça-feira (12). O pleito de músicos e familiares deverá ser atendido. Em seu retorno, a orquestra deve se chamar 'Lira Pouso-alegrense Maestro Adhemar Campos'.

Fundada em 1955, a Lira Pouso-alegrense é considerada um dos símbolos da cultura musical no município. Chegou a ganhar diversos prêmios em festivais voltados para bandas de seu segmento. Atualmente, o grupo está inativo. O projeto de lei que está em votação na Câmara pode permitir que a Lira volte a encantar os apaixonados pela música.

“O mais importante é que podemos garantir, por meio deste projeto de lei, o retorno de um patrimônio cultural de Pouso Alegre, permitindo que as futuras gerações tenham contato com o que há de melhor em nossas tradições musicais”, considera o vereador Maurício Tutty.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

CPI da Copasa identifica pontos de esgoto a céu aberto e pede informações à agência reguladora

Membros da CPI visitaram regiões da cidade onde o esgoto é lançado a céu aberto. Também foram a Belo Horizonte pedir informações à agência reguladora que fiscaliza a Companhia de Saneamento e compartilhar questionamentos com a Assembleia de Minas



Na Arsae, em Belo Horizonte, membros da CPI buscam relatórios sobre a operação da Copasa em Pouso Alegre


Na reta final das investigações que apuram supostas irregularidades cometidas pela Copasa no município, os vereadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) focam seus esforços em identificar a real cobertura do serviço de tratamento de esgoto realizado pela companhia de saneamento.

Na sexta-feira (01), os vereadores Ayrton Zorzi (PMDB), Braz Andrade (PPS), Flávio Alexandre (PR) e Rafael Huhn (Rede) visitaram diversos pontos da cidade onde esgoto está sendo lançado diretamente em córregos e rios. Imagens em vídeos e fotos foram capturadas para serem anexadas ao relatório da CPI. A comitiva passou por regiões dos bairros São Geraldo, Foch e Jatobá.

Na segunda-feira (04), os parlamentares foram a Belo Horizonte. A primeira parada foi na Arsae, a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas, responsável por fiscalizar a Copasa. A Comissão protocolou no órgão um pedido de informações referente à operação da companhia em Pouso Alegre e à sua política tarifária. No mesmo dia, o grupo foi à Assembleia Legislativa, onde protocolou seus questionamentos referentes à atuação da empresa de saneamento.

Na Arsae, os vereadores Braz Andrade, Flávio Alexandre e Rafael Huhn estavam acompanhados do procurador da Câmara, Thiago Reis. O grupo foi recebido pela direção da agência, que se comprometeu a enviar, já nos próximos dias, relatórios e documentações referentes à atuação técnico-operacional e econômico-financeira da Copasa em Pouso Alegre. A Arsae ainda prometeu enviar técnicos à cidade para averiguar problemas apresentados pelos vereadores.

Os dados que serão enviados à Comissão pela agência devem subsidiar o relatório final da CPI, cuja conclusão deve ser levada à apreciação do Plenário da Câmara. “Não podemos antecipar nenhum juízo de valor para não comprometer a conclusão dos trabalhos. O que podemos dizer à população é que estamos aprofundando as investigações e que nosso objetivo é garantir que o serviço seja prestado com qualidade e a um preço justo”, garante o presidente da Comissão, Braz Andrade.

O relator da CPI, o vereador Rafael Huhn, avalia que a Comissão joga luzes sobre um tema cujos problemas se arrastam há anos, sem solução. “Nós sabemos das dificuldades que moradores de diversos bairros da cidade enfrentam como lançamento de esgoto a céu aberto e como o meio ambiente pode ser impactado pela falta de tratamento desses resíduos. Nosso relatório será no sentido de expor a realidade do serviço em nossa cidade e orientar para as medidas cabíveis, tendo como alvo a solução dos problemas enfrentados pela população”, afirma.

As dificuldades com o saneamento e abastecimento de água estão entre os grandes desafios no âmbito das políticas públicas urbanas. A única forma de encará-lo de forma satisfatória é a atuação resolutiva e corajosa dos órgãos públicos. A avaliação é do vereador Flávio Alexandre. “Nós estamos ouvindo os moradores, estamos estudando com atenção todos os documentos e queremos em breve apresentar uma contribuição importante para as questões relacionadas ao abastecimento de água e tratamento de esgoto”, considerou.

O vereador Ayrton Zorzi acredita que a CPI tem a missão de dar uma resposta há muito aguardada pela população. “Temos a grande responsabilidade de passar a limpo um tema que aflige a comunidade e afeta o seu dia a dia. É no sentido de ter clareza a respeito da situação que hoje se encontra a prestação destes serviços e tomar as providências necessárias que estamos investigando a fundo”, explica.

Esgoto a céu aberto
Na última sexta-feira (01), os membros da CPI da Copasa visitaram diversos pontos da cidade onde foi identificado lançamento de esgoto a céu aberto. A comitiva esteve em regiões do São Geraldo, Foch e Jatobá. Em um dos casos, no bairro São Geraldo, um duto de esgoto desmoronou, implicando não apenas no lançamento de esgoto a céu aberto, mas também colocando em risco a estrutura da via, onde se formou uma enorme cratera.

A paisagem vista pelos vereadores se repetia. Lançamento de esgoto em córregos e rios, um enorme mau cheiro e a indignação popular. A CPI da Copasa deve apresentar o relatório final de seus trabalhos no mês de agosto.

Vereadores identificam pontos de lançamento de esgoto a céu aberto no município

Morador reclama do esgoto a céu aberto no São Geraldo

Esgoto lançado a céu aberto no São Geraldo

Morador mostra duto desmoronado

Duto que desmoronou abre cratera em via